Newsletter #63 – Novo terreno
MOVE nos Açores
Catarina Rodrigues Marques – CEO
“Comecei por viver o MOVE em São Tomé. Passaram-se dois anos! Saudoso país do leve-leve, dos dias na agitação dos projetos em crescimento, das famílias que eram já a nossa família, do centro no desenvolvimento da ilha; no lugar onde eu podia tomar parte.
Voltei a Portugal com o objetivo de apoiar os próximos voluntários que agarrariam os projetos, as famílias e os amigos que tinha criado na ilha. Voltei realmente comprometida com a experiência que tinha vivido.
À media que nos envolvemos vamos sentindo que a responsabilidade é maior, que as horas e os dias sacrificados ficam mais fáceis e as conquistas ainda mais saborosas. Foi neste balanço que embarquei no desafio de presidir o MOVE.
Agarrei a ONG de entre projetos altivos e orgulhosos em São Tomé e Timor, agarrei-a ainda macambúzia de um Moçambique deixado em Stand By, um MOVE que procurava agora olhar para o seu próprio umbigo e continuar a crescer.
Movida pelo: “Urge a necessidade de olhar para Portugal”, numa reunião de equipa, e pelo apoio e companhia do Rodrigo, amigo do projeto e vontades, decidi rumar a São Miguel nos Açores.
Rabo de Peixe é o nome que mais soa; chegam ao continente as necessidades que esta comunidade supera a cada dia, chegam os projetos que muitos desenvolvem; foi por lá que começámos.
Muitos foram os amigos que fizemos, conhecemos a ilha pelos seus olhos, amámos a ilha começando pelos seus corações.
Rapidamente o alcance ia além Rabo de Peixe e rapidamente o amor perdia-se pelo calor das vidas e famílias que encontrámos. Surpreendentemente este calor era ainda maior que o que chegava dos turísticos lagos vulcânicos.
Foi um mês de muito trabalho, arquitetamos e modelamos as necessidades, os interesses e os recursos.
Hoje com alegria quero contar-vos que está tudo planificado. O MOVE inaugura agora mais uma “casa”. O MOVE segue hoje com força!
No próximo mês de Janeiro embarcarão para São Miguel 6 voluntários MOVE. Eles ainda não sabem, mas são esperados por muitas pessoas que realmente querem aprender, e que realmente querem tomar parte no desenvolvimento regional. Eles ainda não sabem, mas são esperados para novos desafios, para que se superem e realmente considerem os seus braços e abraços na vida que está para vir.
Das freguesias mais necessitadas à Universidade de Ponta Delgada. Das Assistentes Sociais aos Presidentes de câmara, Das ONGs às Empresas, todos quiseram ouvir sobre o MOVE, todos nos acolheram, e com todos trabalharemos. Juntos seremos muito mais.
Neste embarque com rumo ao desenvolvimento, é crucial que todos “falemos a mesma língua”, e que rumemos pela mesma estrada. Se assim for, saberemos que todas as portas a que bateremos e todas as janelas que abriremos terão uma alavancagem maior, resultando assim num trabalho mais consistente.
O MOVE segue com força, agora, em Português de Portugal.”